terça-feira, 29 de agosto de 2006

Regresso a casa

Regresso a casa


Voltei a Lisboa depois de umas férias no Alentejo. Confesso que estava já com saudades de casa. Não há sítio onde me sinta melhor.
No entanto, souberam-me bem estes diazitos. Apesar de achar que dificilmente me acostumava a viver numa aldeia, onde as rotinas são totalmente diferentes e onde o tempo parece andar mais devagar, parece que lá se respira de uma outra forma. Porque os sentidos lá parecem receber estímulos diferentes. Porque nas ruas cheira a pão quente ainda no forno de lenha. Porque as pessoas nos cumprimentam, mesmo sem nos conhecer. Porque à noite, se vêem muito melhor as estrelas….
Verão é por lá sinónimo de festas, bailes e procissões. E é incrível ver como uma aldeia, que muitos julgam tão pequena, se consegue tornar enorme. De uma ponta à outra, as pessoas juntam-se na praça central, para tornar aqueles dias (mesmo que sejam poucos por ano) em dias de união, de dádiva, de fé.
A paisagem por lá é também muito diferente. Gradações de amarelo e verde embelezam os campos que se avistam até à linha do horizonte. Nas aldeias predomina o branco da cal. Nas ruas, as pedras colocadas de forma grosseira, dificultam o andar.
Tenho tantas memórias de lá! Memórias de infância, de tempos que jamais voltarão atrás, de pessoas que jamais voltarão a beijar-me a face… mas que eu tenho felizmente tão presentes em mim, apesar da minha tenra idade quando partiram.
A viagem de regresso é, normalmente, a que eu mais anseio. Sabe-me tão bem entrar em casa depois de uns dias (mesmo que poucos) fora… o meu quarto tem sempre aquele toque tão Meu…
As malas já estão desfeitas, as coisas no seu sítio, tudo volta ao normal. Restam das férias as memórias e as fotografias.
Até breve terras de pão e gentes de paz! Eu reembarco na rotina da cidade.

4 comentários:

Anónimo disse...

Benvinda de volta À normalidade.
Beijinhos

manu disse...

bem vinda de novo a casa e a blogesfera
bjks e ja te mandei a password

Sexo Gratuito disse...

Muy bien!

Queremos ver mais palavras a escorrer desse teclado! Mais poesia, mais amor e sofrimento e acima de tudo beleza... nada que não estejamos já acostumados, vindos de ti...

Mamã artesã disse...

Estar numa aldeia é quase como estar no campo.
Na minha meninice ía passar as férias de Verão à casa dos meus avós. Mas eles viviam mesmo no campo, sem água canalizada ou luz eléctrica. A minha avó cozia o próprio pão, o queijo, cultivava as suas verduras, tinha vaquinhas para ter sempre leitinho fresco, tinha galinhas, porcos... e, apesar de não ter nenhuma das mordomias que hoje temos e de estar isolada de tudo e de todos (porque ela morava mesmo no campo), tenho imensas saudades daquelas férias e daquele local. É que, entretanto, mudaram-se para a aldeia.
Obrigada pro me fazeres relembrar esses tempos.
Joquinhas
Sofia